
A DISCIPLINA NO LAR
“Toda disciplina, com efeito, no momento não parece motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça”.- Hebreus 12:11
I – TIPOS DE AUTORIDADE
- PERMISSIVA – permite que todas as vontades do filho se realizem. Os filhos se tornam déspotas, grosseiros, exigentes, caprichosos e pueris.
- CORRUPTORA – forma mais imoral de autoridade: é aquela que compra a criança e a manobra através de trocas (se ficar bonzinho eu te dou um presente…) As crianças se tornam instáveis, irresponsáveis e inconscientes.
- AFETUOSA – Lança mão de chantagens emocionais (você ainda me mata!…) Ela torna a criança fingida, egoísta e cínica.
- RACIOCINADORA – Aquela que enche os filhos com palavras, raciocínios e sermões que eles não podem compreender. É prejudicial numa época em que a criança vê as coisas emocionalmente, de maneira simples.
- PEDANTE – É aquela em que os pais se colocam longe dos filhos, incapazes de dialogar com eles, não respeitando a sua idade ou a sua individualidade.
- DISTANTE – É aquela que intervém apenas de quando em quando, inclusive através de intermediários. Os filhos se tornam afetivamente frios e inseguros.
- OPRESSIVA – A mais terrível – é aquela que anula a personalidade dos filhos, que os sufoca através de gritos, ordens inquestionáveis, ameaças, maus tratos e grosserias. Esse tipo de autoridade torna os filhos mentirosos, covardes, imaturos, inseguros e angustiados.
II – OBJETIVOS DA DISCIPLINA
- AUTO-DOMÍNIO – Ensina a criança o governo de si mesma. Ensina autoconfiança e auto-direção. Obediência.
- VONTADE DE CORRIGIR – SE – Levar a criança com amor a ter este desejo.
- RESPEITO Á AUTORIDADE – A obediência na infância leva a criança a respeitar a autoridade paterna e divina. A criança aprende a obedecer por princípio e não por obrigação. “Quando os pais deixam de ter autoridade sobre os filhos é porque deixaram também de obedecer à autoridade de Deus e da sua Palavra”.
- MOSTRAR CONFIANÇA NOS FILHOS – A criança precisa sentir que os pais confiam nelas. A criança tem senso de honra. Seus direitos devem ser respeitados. As crianças correspondem às expectativas dos pais, por isso os pais têm que dizer-lhes o que espera deles e confiar neles.
III – ESTABELECIMENTO DE LIMITES –
- As crianças precisam conhecer os limites para terem disciplina. O “não” deve ser dito num espírito de bondade e não com raiva.
- Ameaçar castigo e não cumprir incentiva o desrespeito aos pais e a qualquer autoridade. O estabelecimento de limites é necessário à autoridade e à segurança.
- Os limites devem ser estabelecidos pelos pais juntos, para não haver ambivalência. Se os pais discordam entre si as crianças vão aprender a jogar um contra o outro.
- Os limites devem ser cuidadosos, inteligentes e razoáveis. Devem ser estabelecidos de acordo com a idade e a necessidade da criança.
IV – A DISCIPLINA NO LAR
A – RESPONSABILIDADE
- Os pais são responsáveis pelos filhos; os negligentes serão responsabilizados por isso. Os filhos têm obrigação de obedecer aos pais.
- Os pais precisam ensinar “responsabilidade” aos filhos (ordem nas tarefas diárias, horários para refeição, banho, estudo, etc.)
- Os pais devem ser imparciais para que a criança não se sinta rejeitada, isso influi na formação do autoconceito negativo da criança, pois ela tem um senso de justiça e percebe as falhas dos pais.
- Bom exemplo dos pais. Discussões e desavenças no lar formam crianças inseguras e insatisfeitas.
- Ensinar a criança a submeter a sua vontade à vontade de seus pais. Para isso é necessário imparcialidade e firmeza desde as primeiras manifestações de obstinação da criança.
B – MODERAÇÃO E EQUILÍBRIO –
- A criança aceita a disciplina coerente porque gosta de estabilidade e segurança. A falta de disciplina causa insegurança. A disciplina deve ser usada moderada e equilibradamente.
- A disciplina rígida conduz a criança à insegurança, timidez, fobias, tendências à depressão, sadismo, etc. A autoridade excessiva torna a criança incapaz de pensar e agir por si mesma. Quando sozinha não tem estabilidade de caráter. A criança que desenvolve independência e autonomia de forma correta sabe proceder corretamente por si mesma quando estiver longe dos pais.
- Um ambiente de alegria, afeto, paz e harmonia favorecerá a aplicação da disciplina. Geralmente os pais erram muito na educação do primogênito. Se errou com o primeiro procure acertar com os outros.
C – FIRMEZA E BONDADE
- A disciplina exige habilidade e esforço paciente dos pais. É necessário firmeza e decisão. A correção deve ser razoável, levando-se em conta a idade da criança e o tipo de falta cometida.
- Antigamente os filhos eram sujeitos aos pais; hoje os pais estão sujeitos aos filhos. Houve um inversão de valores… Os pais temem contrariar a vontade dos filhos e cedem sempre, mas enquanto os filhos estiverem sob o teto paterno devem obediência aos pais.
- A firmeza e a bondade devem ser utilizadas sempre, mas deve haver respeito à individualidade dos filhos.
D – EVITAR A PERMISSIVIDADE
- A permissividade gera agressão que não pode ser controlada; transforma a criança numa pessoa tímida, sem iniciativa e incapaz de lutar por seus ideais, e pode apresentar as seguintes características:
- Inferioridade
- Falta de confiança
- Sentimento de culpa (“ninguém gosta de mim”)
- Curva-se diante das opiniões e decisões dos outros
- Finge o que não é para impressionar os outros.
- O verdadeiro amor não é condescendente, pois liberdade demasiada faz filhos pródigos. Quanto maior a condescendência mais difícil o posterior controle. Muita transigência causa descontentamento. Os pais não devem ceder à adulação e não dar demasiado crédito às palavras da criança fantasiosa. Por isso os pais devem ser o espelho da criança.
E – COMO CORRIGIR
- Corrigir com paciência e não com ira. Exigir obediência, mas pedindo sempre a orientação de Deus.
- Não se desculpar pelo nervosismo… Pais cansados e fatigados não conseguem manter um espírito calmo e manifestam intolerância, que desagrada a Deus.
- Em caso de irritação os pais devem policiar duas vezes mais, pois assim exercitam o autodomínio que é um dos objetivos da disciplina.
- Muitos pais jogam a culpa nos filhos, mas a falta está dentro dos próprios pais..
- As vezes uma boa jogada é o silêncio: quando estiver nervoso não fale nada. Nunca diga “Não posso mais com você”, ore por seu filho.
- Pais devem unir-se na disciplina. Se os pais ou a mãe, com o olhar , não aprova a correção que o outro está dando, a criança perceberá e fará o seu jogo daí para a frente.
- Dar poucas ordens e exigir obediência. Não exigir apenas para exibir sua autoridade.
- Coerência na disciplina: um dia passam por cima, no outro dia exigem demais.
- Considerar as diferenças individuais das crianças. Por isso a disciplina tem que ser exercida diferentemente para alcançar êxito. Um filho esquece depressa; o outro nunca esquece.
- Usar reforços positivos: em vez de apontar sempre o malfeito, apresente as qualidades boas da criança. Dê ordens positivas: “Vamos guardar os brinquedos?”
- Algumas vezes a punição é necessária, mas ‘NÃO FAZER USO DELA SE PUDER EVITAR’
- A criança que apanha sempre vai precisar apanhar para obedecer. Aprenderá a ser agressiva com os próprios pais. A disciplina deve ser exercida através do diálogo, da repreensão, do castigo e do olhar, lembrando sempre que “A MELHOR EDUCAÇÃOOO É O BEIJO CERTO E A PALMADA CERTA, NO LUGAR CERTO E NA HORA CERTA”
CONCLUSÃO –
- “Eu repreendo e disciplino a quantos amo…” – Apoc. 3:19
- “Pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor”. – Efésios 6: 4
- Estamos dando este treinamento aos nossos filhos?- Como pai, estou gastando mais tempo com eles do que cuidando do carro, do jardim, lendo jornal, vendo televisão, etc?
- Como mãe, estou gastando mais tempo com a arrumação da casa, preocupando-me com o emprego, indo ao cabeleireiro, ou ao shopping, ou ao clube, do que dando atenção aos meus filhos?
- O que está em primeiro lugar na nossa casa?
- Até que ponto seguimos nossos próprios conselhos?
- Quantas das ordens que damos aos nossos filhos nós cumprimos em nossa vida
- Viver de acordo com o que aconselhamos é o meio mais eficaz de educar o filho. O exemplo fala mais alto que as palavras.
- “Nossos filhos vivem na atmosfera das influências silenciosas das nossas vidas que são muito mais poderosas que nossos ensinamentos”.
BIBLIOGRAFIA
PETERSEN, J.A – Filhos precisam de Pais . Ed. FIEL – 1980
ERB, A.M. – Criar filhos não é brincadeira – Ed. Betania , 1947
KEMP, J. –Sua família pode ser melhor – Ed. S.C. 1982
DOBSON, J. – Ouse disciplinar – Ed. Vida – 1970
TELLES, M.L. – Uma introdução à psicologia da educação
Palestra: A DISCIPLINA NO LAR
Proferida em 26/04/1996
Local: Encontro de Pais do Colégio Batista de BRÁSÍLIA
Palestrante: Ilma Vieira Silva/Psicóloga
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